Acordados pela notícia de uma Coletiva de Imprensa extraordinária convocada por ninguém menos que Valentino Rossi, com seu absurdo resumo profissional de 423 largadas no Mundial (363 da MotoGP), com 115 vitórias (89 na MGP), 65 poles (55 na MGP), 96 voltas rápidas (76 na MGP), 235 pódios (99 na MGP) e 9 títulos mundiais (7 na MGP) em 25 anos de carreira em Grandes Prêmios.
Faltam 2 minutos para começar, e os seletos jornalistas presentes não param de escrever – e digitar – em seus blocos de trabalho.
Provavelmente todos pensando na revelação que virá em poucos segundos. Rossi se aposenta ou se rende aos encantos – e petrodólares do Príncipe da Arábia Saudita e fica mais um ano?
Uccio Salucci, eterno amigo do peito do 9 vezes campeão, está lá. Carmelo Ezpeleta, o poderoso Diretor Executivo da Dorna, Gigi Dal’Igna, projetista e diretor da Ducati Corse também; vem coisa muito importante por aí.
Uma cadeira solitária no centro do ringue, err palco, aguarda o mais famoso piloto de motos de todos os tempos.
Chegou a fera, que muda de camisa nos bastidores, mas mantém a da SRT Petronas Yamaha, sua empregadora neste 2021.
Ele cumprimenta Ezpeleta e vai para o centro do palco. ‘Falta uma mesa’, graceja ele, hehe.
Steve Day conduz, dizendo que Rossi tem notícias a dar.
“Oi, oi a todos, falta no mínimo uma mesa, hehe. Mas como eu disse no início do ano, farei minha escolha depois das férias de verão e adecisão é. Vou parar. Foi uma decisão difícil, é triste saber que ano que vem não vou estar correndo, lá se vão quase 30 anos, é duro, mas foi muito bom, me diverti muito, 25, 26 anos no Mundial, foi grande, tenho momentos inesquecíveis com minha equipe a as pessoas que trabalharam comiigo, não tenho muito mais a dizer, é isso.”
Em italiano. “Como disse, vou decidir meu futuro depois da primeira metade do campeonato, é triste, estive 25, 26 anos aqui, mas vou parar. Foram momentos inesquecíveis, foi muito belo.”
Steve Day mostra um vídeo com momentos marcantes da carreira de Rossi no Mundial desde os bons (2) tempos das 125cc. O Rio de Janeiro é citado no vídeo, que saudades.
Aliás, saudades gerais. Das vitórias, da celebração, do divertimento que ele nos proporcionou todos estes anos.
Fim do vídeo, palmas generaliazadas.
Stede Day pergunta sobre a carreira. “Sim, tive uma carreira muito longa e fortunadamente ganhei muitas corridas. Muitos desses momentos estão no vídeo, foram de pura felicidade. Algumas vezes fiquei uma semana sorrindo e no final sorria de novo. Então foi muito difícil, porque tive a chance de correr pela minha equipe, junto com meu irmão, o que eu gostaria muito. Mas não vai acontecer. Eu queria anuncar a todos a minha decisão e estou muito satisfeito com a minha carreira.”
Para efeito de rapidez, suprimi as perguntas, mas as respostas foram mais ou menos essas:
“Acho que primeiramente quero diezr aos meus dfãs que dei tudo de mim nesses 25 anos. Andei tudo que podia para permanecer no topo. Muitos deles não inham nascido e eu já estava na pista, já estava no topo. Muitas vezes foi difícil pra mim, mas isso me deixou muito orgulhoso. Agradeço a todos que torceram por mim”.
“Eu decidi na pausa de verão. Eu queria continuar no iníico da temporada, mas se fosse rápido o suficiente. Porém corrida a corrida comecei a pensar (em parar). E o que vem agora, acho que vcou correr de carro, um pouco menos, ainda não decidi, mas acho que vou correr pela vida afora, vou trocar as motos pelos carros, não sei se no mesmo nível, mas vou correr”.
“Há 2 anos e no ano passado eu não estava pronto para para. tentei entender tudo e agora estou bem. Não estou feliz, é claro, mas se eu fizesse outro ano não estaria feliz, porque preferia ficar por mais 20 anos, haha. Tentei ser forte e dar o meu melhor na primeira metade, mas acho que fiz a melhor escolha.”
“Eu tive uma oferta da minha equipe, hehe, pensei profundamente em continuar, teria minhas motos em Tavullia, tivemos dois grandes times de Moto3 e Moto2, com mecânicos que trabalham comigo desde as 250 em 98 e 99, seria fascinante correr com a minha equipe, mas terias que trocar de moto, seria um bom projeto paar 2 ou 3 anos, mas poor um ano seria difícil, então decidi (parar).”
“Vivi momentos importantes em 2001, quando ganhei o último mundial das 500, 2004, o primeiro mundial com a Yamaha, 2008, quando, depois de bons 5 anos pensei que minha carreira poderia estar no fim, mas derrotei Stoner e Lorenzo, acho que foram os melhores momentos da minha carreira.”
“Não tenho arrependimentos, mesmo os anos que passei na Ducati, que não foram bons, um piloto italiano em uma moto italiana, mas foi um grande desafio. Outra coisa que poderia ser melhor seria o édimo título, mas perdi 2 campeonatos na última corrida, então estou satisfeito. O salário proposto não seria problema, porque a equipe é minha, hehe.”
“Acho que a diferença entre eu todos os outros grandes pilotos de MotoGP é isso (a fama), não sei porque, m,as acho que fiui capaz de (pensa) trazer mais pessoas para perto das corridas de moto. Sem eu, eles não se interessariam, espacialmente na Itália. Fico muito orgulhoso disso, é uma coisa muito especial, mas por outro lado você está sob pressão, procuro ser o mais normal possível, como se diz em italiano, é o reverso da medalha, então foi muito bom mesmo assim.”
“Parece que, espacialmente na Itália, muita gente começou a seguir as corridas e me seguir, como Alberto Toma no esqui. Não sei porque, sinceramente, acho que entretive muita gente nas corridas, eles gostavam. Por uma ou duas horas aos domingos eles não pensavam em nada além das minhas corridas. Mesmo agora, quando os resultados não são fantásticos, as pessoas se aproximam, choram, falo pra não chorarem, hehe. Acho que essa foi a maior emoção.”
“Não é bom dizer que sou igual ao Michael Jordan, mas a sensação é ótima, as pessoas me reconhecem em vários lu8gares no mundo, vejo o 46 nos scooters. Agora é bem diferente do que eu tinha aos 20 ou 22, é um sentimento esprcial e eu gosto ainda mais, é difícil de explicar.”
“Eu sempre adorei correr de carro, Graziano tinha medo das motos porque teve muitas lesões e pensava que os carros eram mais seguros. Depois de 2 ou 3 anos de kart tentei as minimotos e foi uma boa escolha. Mas sempre procurei melhorar minha habilidade como os carros para estar pronto nesse mometno, mas não sei meu nível, é diferente das motos, mas nunca corri apenas pelo divertimento, então vai ser assim com os carros. Não sei que carro, que corridas, 24H de le Mans, nesse momento não sei ainda”.
“Não sei porque (esse ano está sendo difícl), não é apenas um fator, são diferentes fatores. Em 2018 eu fui 3º, comecei bem 2019, mas algo mudou. Ano passado estive no pódio, estava lá, mas este ano tive mais problemas de estar com os mais rápidos. Agora todos treinam muito, são atletas, são motivos diferentes, não sei exatamente o porquê. Eu gostaria de vencer, medir forças com outros pilotos, vou tentar isso no restante do campeonato, vamos ver.”
“Acho que vou sentir falta da vida de atleta, acordar todos os dias, trenar para vencer, vou sentir falta disso. Número 1 das faltas é pilotar a MotoGP, uma grande emoção. Dois a equipe, trabalhar com engenheiros e chefes-mecãnicos de alto nível. E outra coisa é o domingo de manhã, você não se sente bem 2 horas antes da corrida, é uma sensação única que vai ser difícil de repor”.
Steve Day fecha a coletiva agradecendo a Valentino pelo tanto que fez pelo motociclismo e lhe deseja sorte nesta e nas próximas corridas pela vida afora.
Palmas e cumprimentos gerais.
Ezpeleta agradece e Rossi diz que não tem de que, que foi divertido…
E o mundo do esporte agradece a uma das suas maiores e mais positivas referências por tantos anos, tantas temporadas.
Grazie, Rossi, muito obrigado…
Braaaaaap!
Fausto Macieira
PS – Relevem eventuais erros de digitação e conteúdo – a pressa é inimiga da perfeição…