Com as presenças de Fabio Quartararo, da Monster Energy Yamaha MotoGP, líder do Mundial de MotoGP, Johann Zarco, da Pramac Ducati, vice-líder, Jack Miller, da Lenovo Ducati, P3 no Mundial, Miguel Oliveira, da Red Bull KTM Factory, vindo de três pódios seguidos nas últimas 3 corridas, de Marc Márquez, da Repsol Honda, embalado pela vitória de domingo passado (há 4 dias) em Sachsenring e Valentino Rossi, da SRT Petronas Yamaha, que já venceu 10 vezes em Assen (8 delas na MotoGP), vai começar a nona coletiva de imprensa da temporada 2021.
Feitas as apresentações por Steve Day, o narrador oficial do Campeonato, começam as perguntas.
Para Quartararo, sobre a pista ser favorável. “Sim, estou muito animado, é uma das minhas pistas favoritas, totalmente diferente da Sachsenring. Nossa moto está boa, lá foi difícil mas aqui poderemos ir muito bem. Na Alemanha o pódio foi o que melhor consegui e fiquei satisfeito com ele”.
Para Zarco sobre a corrida da Alemanha e essa. “Espero ir bem, é a última corrida antes da férias, a Ducati está boa e vai bem em todas as pistas, algo aconteceu em Sachsenring domingo, mas foi um aprendizado e aqui espero ser forte para lutar com Fabio, se for rápido o suficiente vou aproveitar”.
Para Miller, sobre a vitória de 2016 trazer bons fluidos para 2021. “Sim, definitivamente, foi um grande impulso na minha carreira, mas é uma pista de altos e baixos para mim; em 2019 tive dificuldades. Acho que o equipamento este ano é melhor, domingo passado não consegui colocar tudo como eu queria, mas tivemos bons pontos e quero sair bem para as férias de verão e ter uma ideia melhor da segunda metade da temporada, ver o que podemos fazer”.
Para Oliveira, sobre a pole em 2013 e a pista. “O momento que vivemos agora é forte e estamos mais preparados do que nunca. Assen é boa e nossa nova moto tem sido competitiva, amanhã vai ser um dia chave para encontrar o ajuste rapidamente e sermos competitivos no fim de semana”.
Para Márquez, sobre a vitória e a expectativa para Assen. “Sim, foi uma vitória importante domingo passado, no momento mais difícil da minha carreira, estávamos em grandes dificuldades, então a vitória foi uma motivação extra para mim, para a Honda, ainda não voltamos para a nossa situação real. Não será como em Sachsenring, mas é a última prova antes das férias, que vamos usar o mês que vem para continuar o processo de recuperação.
Acho que vamos estar melhor do quem em Mugello ou Montmeló, mas não com em Sachsenring. A pausa de verão será muito importante para eu cuidar do braço, controlar o esforço. Em Montmeló dei muitas voltas, mas a energia do braço e do ombro varia, tenho que andar e parar. O braço aguentou as 30 voltas em Sachsenring, mas no dia seguinte o desempenho piorou. Nós vamos ver o clima, a corrida, a recuperação é normal, meu médico sempre me liga, diz que isso é normal recomenda algumas coisas. Estou feliz com o retorno de Austin, uma pista que eu gosto fiquei chateado com a saída do Japão e sei que outros circuitos podem sair, mas quanto mais pistas melhor e vamos correr onde for”.
Para Rossi sobre Assen e sobre a nova equipe com a Ducati. “Assen é um grande lugar, a maioria dos pilotos gosta, é uma corrida histórica para o motociclismo, está no calendário desde o início. O traçado é fantástico, mesmo que não seja a velha Assen é sempre um prazer andar aqui. Estou muito feliz e orgulhoso com o projeto de MotoGP, que agora é oficial. Começamos há dez anos com a Academia de Pilotos e agora fechamos com a Ducati, moto italiana, pilotos italianos, sede do time em Tavullia, vai ser muito bom. Ainda não decidi se paro, vou avaliar durante a pausa, falar com a Yamaha, vamos tentar melhores desempenhos e resultados, a temporada não está fantástica. As pessoas me pedem para correr ano que vem no meu time com a Ducati, mas no momento isso é muito difícil”.
Para Oliveira sobre seu chefe-mecânico Paul Travathan. “Com ele é tudo fácil, não estivemos juntos em 2015, mas ele era instrutor de pista da KTM na Moto3. Eu conheço ele há anos e nossa relação é muito natural, quando soube que ele seria meu engenheiro chefe fiquei muito feliz, não só por trabalhar com ele mas por todos que trabalham do meu lado da garagem, é muito bom ter uma grande equipe te ajudando a obter os melhores resultados”.
Para todos sobre a pausa de verão, se é bem-vinda ou não.
Fabio “É bom para todos dar uma parada, para mim também, mas é muito grande, na segunda semana já estou nervoso, com vontade de voltar à moto, mas acho que é necessário para o corpo e para a mente”.
Zarco. “Eu poderia continuar, gosto dos GP em sequência. Não sinto falta de férias, mas talvez eu precise delas para treinar mais para voltar bem com a Ducati na segunda metade. Vivo dia a dia, mas quando os resultados são bons quero continuar desse jeito”.
Miller. “Para mim ou são muito longas ou muito curtas. Não dá pra ir pra casa, então vou continuar aqui. Não viajar é bom, relaxar também, mas correr é melhor”.
Perguntas de motojornalistas.
Para Vale e Fabio.
Vale sobre Marini e se ele pode correr com ele ano que vem, quando você dizia que era impossível e agora é possível.
Para Fabio, sobre o que ele acha de Maverick Viñales vai copiar os ajustes dele.
Fabio. “Acho que cada um é diferente e para mim isso não é correto. Eu estou muito bem na moto, Sachsenring não é a melhor pista pra nós, mas eu fui bem aqui em 2019. Eu não faria isso, mas se ele quiser fazer, sem problemas”.
Rossi. “As pessoas me pressionam para correr ano que vem com meu irmão, ele também, mas uso as mesmas palavras, não só correr com a Ducati, mas com o meu time atual seria muito, muito difícil”.
Para Vale, sobre a relação com a Yamaha e para Fabio e Marc, sobre se eles gostariam de ver VR46 nas pistas ano que vem
Rossi. “A minha relação com a Yamaha é muito boa e com eles vivi os melhores dias da minha vida, mas decidimos juntos, a Petronas deve permanecer com a Yamaha e decidimos assim porque foi o melhor. Estou muito feliz com a Ducati, a moto é boa e eles sempre apoiaram na academia. Não sei se vou continuar como embaixador da Yamaha e se eles vão sentir a minha falta, tivemos muitos bons momentos juntos”.
Fabio. “Vale é meu ídolo desde 5 ou 6 anos, é ótimo tê-lo no paddock, se isso acontecer ano que vem com a sua equipe seria ótimo para a MotoGP”.
Marc. “Ele tem 42 anos e seria ótimo vê-lo continuar nas pistas porque não?”
Para Vale sobre negociar com outras marcas.
Sim, negociei com outras, mas no fim ficamos entre a Yamaha e a Ducati, primeiro porque temos ótima relação com Ciabatti e Dal’Igna e para mim temos mais coisas a compartilhar, eles são italianos, os pilotos também e no final essa foi a principal razão”.
Para os pilotos da Ducati sobre Assen ser ruim pra eles.
Zarco “Acho que é muito difícil aqui porque as curvas são apertadas e há muitas mudanças de direção, curvas rápidas como da 6 pra 7 e a chicane, mas a Ducati foi ao pódio em pistas complicadas para ela no papel. Assen é uma delas e por mim, salvo pelos problemas da Alemanha nós fomos bem, saí na pole e estive perto do pódio, acho que não será tão ruim”.
Miller “Sim concordo com Johann, curvas e mudanças de direção bem difícil, curvas longas no setor 1. Em Mugello tive problemas com as mudanças de direção, por exemplo no último setor, aqui vamos ver as primeira sessão de treinos” .
Para Marc sobre se a chuva é melhor para você do que para Fabio.
“Quando você é lento, pede chuva, abre todas as possibilidades, eu não ligo, se chover ou não não vai afetar meu resultado no Campeonato. Quero comparar meu desempenho com Mugello e Montmeló, não Sachsenring”.
Para Marc, sobre o chassi 2019 e o fato de Pol reclamar da moto.
“Segunda feira andei de moto um pouco, na terça um pouco de motocross e flat track que foi pro YouTube, mas foram apenas dez minutos. Sobre Pol e Honda em geral, tentamos encontrar um ritmo, eu pilotava a moto de modo estranho, mas a partir de Mugello melhorei com o acerto de 2019 e agora todos os pilotos Honda querem usar os meus acertos porque estou indo bem, mas Sachsenring é diferente, as outras não são assim. Pol está tendo problemas de acerto, acho que Nakagami é o que melhor pilota a moto agora, não foi em Sachsenring, estamos em um momento difícil, vou tentar algumas coisas aqui para o 2º semestre melhorar mais para 2022”.
Para Marc, sobre estar pronto para sofrer com a situação em Assen
“Estou pronto para sofrer, mas se eu sofrer vou cair de novo, como em Mugello ou Montmeló, essa é a realidade. Em sachjsenring eu fui muito preciso, muito suave, eram apenas 3 curvas para direita. Aqui estou motivado mentalmente, podemos vencer, mas minha meta é o futuro, não agora, dar passos à frente em comparação a Mugello e Montmeló, minha meta é os top 10, não mais que isso”.
Para os franceses, Fabio sobre de onde vem a fluidez e para Zarco sobre Vale poder ser mais rápido na Ducati do que atualmente na Yamaha.
Fabio “Acho que Barcelona e Assen não giram em torno da minha idade, mas porque eu gosto delas. Em qualquer moto eu sou rápido nos setores 2 e 3, onde você sempre se sente bem, é uma das minhas favoritas e espero ir bem na MotoGP, mas não tem a ver com técnica de pilotagem”.
Zarco. “Pergunta interessante, acho que a Ducati é a melhor moto da categoria, muitos pilotos se adaptam a ela com rapidez e se Rossi correr de Ducati ano que vem vai ser mais rápido nas retas,sem dúvidas, mas não sei se ele terá a motivação para ir em frente. Se Vale ficar, acho que a Ducati irá bem com ele, a pergunta é se ele fica ou não”.
Para Oliveira, sobre as férias em um bom momento para ele.
“Difícil responder, quando você está em um bom momento quer continuar, mas é o calendário que temos e temos 5 semanas de folga, todos disseram que é bom para descansar um pouco, tirar a cabeça das corridas, faremos isso à nossa maneira”.
Para Vale e Marc sobre controle de largada, eletrônica e pneus unificados fazer menos diferença na pilotagem do que no passado.
Vale. “Acho que é diferente, com certeza. O lado humano é menor, não sei direito, talvez no passado o piloto poderia fazer mais diferença, 60% piloto 40% moto, acho que agora é 50/50, mas não mudou muito, os mais fortes estão no topo e nisso a situação é a mesma, os mesmos, os melhores vão andar na frente”.
Márquez. Concordo basicamente com Valentino, o piloto faz a diferença, no nosso esporte, mesmo com eletrônica igual e as equipes satélites mais próximas das oficiais. Anteriormente uma equipe satélite não poderia vencer, agora pode brigar pelo campeonato. os pneus melhoraram, a aderência é maior e isso equilibra as coisas. Você pode abrir o gás com tudo e isso iguala os rendimentos”.
Para Vale e Marc, Vale sobre a cidadania honorária em Assen, qual é a melhor lembrança fora da pista. para Marc sobre o ‘novo’ chassi 2019, que todos estão usando menos Nakagami.
Rossi. “è uma grande honra, Assen é muito famosa, muito importante para todos os pilotos, agradeço, tenho a chave também de Laguna Seca, dois ótimos lugares. Mas para a maioria é pista, paddock e só. Viemos para trabalhar, mas no passado saíamos, para algum restaurante sábado à noite, as corridas eram sábado, as pessoas em volta felizes, é um grande lugar mesmo fora da pista”.
MM. “Não posso explicar tudo, mas não corri ano passado e os outros pilotos Honda desenvolveram novas peças, O desempenho da moto não é ruim, Alex fez 2 pódios, foi consistente nos top 10, Nakagami fez pole em Aragón. As primeiras três corridas foram difíceis para entender a moto e depois perguntei aos engenheiros da Honda o que eles tinham feito no Catar. As coisas mudaram mas os resultados não vinham, então decidir voltar para o ajuste que eu conhecia, que é o de 2019. Eu o usei em Jerez e com essa base fui adaptando ao meu estilo, e melhoramos um pouco em Le Mans, Mugello e em Sachsenring eu retornei definitivamente. Mas estamos pensando em caminhos para 2022, não nesse fim de semana ou este ano”.
Perguntas para Vale, Fabio e Marc sobre o investimento de Assen em novo asfalto e instalações.
Fabio “Mesmo em 2019 achei que o asfalto não estava mal, mas o novo asfalto e novas tribunas para o público são muito boas. Nem todos têm o mesmo orçamento, aqui a pista está mais segura, vamos ver o asfalto novo amanhã, mas acho que eles trabalharam muito bem aqui em Assen”.
Vale “É difícil saber a história de cada pista, como Fabio falou cada uma tem o seu orçamento, sua história. Aqui eles diminuíram a pista, ficou um pouco pior, mas ainda boa. Ass tribunas cobertas são muito bacanas, é como um estádio, a atmosfera é diferente, fica em frente ao último setor, acho que ao longo dos anos eles fizeram um grande trabalho”.
Marc “Antes da nova pavimentação pensávamos que ela precisaria vir, havia muitas ondulações, falta de aderência ao longo dos anos, que foi agora modificada e vai melhorar. Estou feliz, tenho certeza de que eles fizeram um grande trabalho que vamos experimentar a partir de amanhã”.
Para Vale, sobre Biaggi ter dito que é a paixão que o move. Isso mudou, sua paixão continua a mesma?
Vale.”Para mim, e acho que para todos, não é um trabalho, é uma coisa que pode te dar uma vida boa e tal, mas não corro pelo dinheiro, acho que para todos correr de moto em uma pista é algo muito especial. Sabemos isso desde jovens, desde a primeira vez. Minha paixão é muito grande, adoro, mas os resultados são importantes até para aproveitar, porque você tem que treinar, é uma grande sensação, mas há pressão externa e interna. Acho que a paixão não é problema, mas como em todos os esportes os resultados fazem a diferença”.
Pergunta de redes sociais, sobre que esporte olímpico os pilotos mais apreciam e para que atleta dos jogos do Japão eles torcem.
Zarco: “Os cem metros livres são muito famosos e bons de assistir, mas converso muito com rené, do salto com vara, nunca tentei mas gostaria, é muito técnico e difícil”.
Fabio “Os 100 metros são um espetáculo muito conhecido, mas gosto mais de skate e ele é o que mais me interessa”.
JM. “Na Austrália há bons times de natação, tem o Michael Phelps e tal, mas teremos BMX este ano e estarie torcendo para o time australiano”.
Oliveira: “Somos felizes de ter bons atletas em várias modalidades, judô, a medalhista Telma é muito impressionante, quero ver o surfe também. Nós temos grandes nomes no esporte, desejo-lhes boa sorte e vou torcer por eles”.
MM “Gosto sempre de ver os 100 metros, mesmo sem o Usain Bolt é um grande espetáculo. quando os espanhóis competem eu tento ver, mas sem espanhóis nunca vejo”.
Vale. “Sim, gostos dos 100 metros e também dos 200, todos os de distância me interessam. Há esportes de distâncias grandes como a maratona, a meia maratona, gosto de todos em geral, é um evento especial, com um grande clima, vou assistir todos”.
E acabou. Amanhã o jogo começa, e no domingo a batalha da Holanda terá 26 longas voltas. Em 2019 de Yamaha na cabeça com Maverick Viñales, seguido de Marc Márquez e Fabio Quartararo.
Em 2021, quem viver verá…
Nos vemos na pista.
Braaaaaaaap!
Fausto Macieira
PS – Relevem eventuais erros ou imprecisões, a pressa é inimiga da perfeição.