Presentes o líder do Mundial de MotoGP Pecco Bagnaia (Ducati) e o campeão reinante e vice-líder Fabio Quartararo, da Monster Energy Yamaha MotoGP. Os dois já estão no palco; vai começar a última Coletiva de Imprensa da temporada 2022.
O apresentador Matt Birt faz as honras da casa e as perguntas da organização vão começar. Aí vão as respostas.
Bagnaia: “Não estou relaxado, há uma possibilidade, vamos continuar firmes, temos que ser espertos, estamos em uma posição melhor que a de Fabio, mas temos que terminar o trabalho e vamos lutar para isso acontecer. É certo que essa pista é boa para nós e melhoramos comparando com o ano passado, mas a MotoGP é cheia de surpresas, vamos lutar pela melhor posição possível. Este ano tivemos altos e baixos, não foi só isso, foram as quedas, cometi erros e eles aconteceram, mas me ajudaream a entender melhor a situação. No Japão fui ambicioso demais, eu sei, mas não envolvi o Fabio, foi uma sorte. Lutei no molhado na Tailândia, na Austrália não arrisquei demais, mas fui com tudo para vencer na Malásia, apesar dos esforços de Enea nós vencemos e isso foi crucial para nós. A presença de Rossi aqui, tê-lo conosco é uma grande força, ele conhece essa situação e será uma grande ajuda para mim e todos os pilotos da Academia.”
Quartararo: “A meta é clara, não tenho nada a perder, vou dar o meu máximo na luta pela vitória. Não é a melhor situação, óbvio, mas vou com tudo. Tivemos um grande problema com o pneu dianteiro no passado, mas estou confiante. O dedo não dói muito, mas incomoda, tomei analgésicos na Malásia, agora estou melhor, chequei com os médicos, é estranho, mas é assim. Antes de a temporada começar tivemos más notícias sobre a moto e não houve muita evolução, mas fui muito bem na primeira metade do Campeonato, depois cometemos alguns erros, mas é assim que se aprende. Tenho grande experiência desta temporada e isso vai me ajudar muito no futuro.”
Um sobre outro:
Pecco:”Quero que ele curta a última corrida, ele é um dos maiores, então sei do que ele é capaz.”
Fabio: “Sempre conversamos sobre a força da Ducati, mas quem está na frente é ele e vamos ter a última batalha de 2022, então, aproveite o domingo à noite.”
Perguntas de motojornalistas
Fabio: “Passo muito tempo com amigos, como Jake Dixon, eu me cobro muito quando não estou na posição que quero, então aí não me divirto muito, mas no geral, quando estou na moto vai tudo bem. Conversei com Hamilton em Mugello, mas não falamos sobre nossas situações profissionais.”
Pecco: “É verdade que mentalmente não é correto eu dizer que estou cansado, mas foi mentalmente muito exigente essa temporada de 20 corridas, e a próxima vai ser ainda mais. Estarei perparado, mas nesse momento só quero fechar o campeonato.
Fabio: “É longo, de março a novembro, com as Corridas de Sprint, que serão um TL4 com pontos, risco maior, física e mentalmente, mas é como é e igual para todos.”
Pecco: “23 pontos é melhor que 18. Na Malásia eu era melhor que ele na frenagem, eu estava aceitando o risco de vencer a corrida, que Enea não me deu de presente, então quando passei, tentei abrir, foi um risco, mas valeu a pena.”
Fabio: “Claro que estou focado na terça-feira, espero ter boas notícias, mas a prioridade é domingo, aliás, sexta, sábado e domingo.”
Pecco: “Antes de pensar na repercussão, tenho que ganhar o título. Essa é a meta e não quero pensar em mais nada, estou centrado no meu objetivo principal.”
Pecco:”Cruzei com Fabio em 2015 no Qatar, foi a primeira corrida dele e minha primeira chance de ir ao pódio. Ele tentou me passar entre as curvas 3 e 4, tocamos, eu acho que fui 5º e ele 8º, mas foi um bom duelo.”
Fabio:”Era minha primeira corrida, eu estava louco com aquilo tudo, mas espero que este seja um bom fim de semana também.”
Fabio: “Desde o início da temporada vi que ele estava indo super rápido e iria lutar pelo título comigo e com Aleix, mas cometi alguns erros e perdi pontos.”
Pecco: “Claro que no primeiro momento depois de Sachsenring desanimei, mas sabia que meu potencial era muito mais alto que aquilo, então começei a trabalhar melhor para as corridas e, GP a GP, fui melhorando. Errei no Japão, mas foi diferente do erro na França, estava mais calmo, mais integrado ao trabalho na equipe, espero ter um grande sábado e um grande domingo.”
Pecco: “Fabio é um dos melhores freadores, mas também tem uma enorme força mental, como vimos na Malásia, onde a Ducati era nitidamente mais rápida e ele foi muito bem. Ele não perdeu a fé, e isso vem da mente.
“Acho que a velocidade que Pecco mostrou durante o ano, especialmente na segunda metade. Você olha na TV e acha que ele está lento, mas está muito rápido; é uma qualidade que eu gostaria de ter.”
Perguntas dos minipilotos da Mini GP, que teve três corridas espetaculares hoje no kartódromo de Valência, vale a pena dar um confere.
Pecco:”Mantenho a calma não pensando muito na corrida durante a semana. Vou ao shopping, passeio com meu cachorro, mas não penso no título.”
Fabio: “Para mim é mais fácil, tenho que vencer a corrida, isso facilita um pouco.”
Pecco: “O melhor conselho no meu caso foi ficar calmo e entender que eu era competitivo. Talvez eu tivesse dúvidas internas sobre isso, mas me convenci.”
Fabio: “Para mim foi me divertir. Quando eu era menino me deram esse conselho, você tem que se divertir para ir rápido.”
Pecco: “O campeão (da Moto2) será o melhor, que vença o melhor.”
Fabio: “Sei que você torce para Ogura, mas é difícil prever o resultado antes da linha de chegada.”
E assim terminou a Coletiva. Com declarações inteligentes, bem-humoradas, certeiras.
Como disse Pecco – em relação à decisão da Moto2 -, que vença o melhor…
Braaaaaap!
Fausto Macieira
PS – Como de hábito, releve eventuais erros de forma / conteúdo; a pressa, mesmo no teclado, é inimiga da perfeição…