Com a presença do líder do Campeonato, Fabio Quartararo, da Monster Yamaha MotoGP, da dupla da Pramac Ducati Johann Zarco e Jorge Martin, ambos de contrato renovado para 2022, do atual campeão do mundo Joan Mir, da Ecstar Suzuki, do 8 vezes campeão do Mundo Marc Márquez, da Repsol Honda, de Miguel Oliveira, da Red Bull KTM Factory, vindo de formidável P2 na Itália e, surpresa, do australiano Remy Gardner, da Red Bull KTM Ajo, confirmado ontem na Tech3 KTm, vai começar a sétima coletiva de imprensa da temporada. Com 7 pilotos no palco.
Como de hábito, Steve Day, narrador oficial da Dorna, faz as apresentações e começam as perguntas da organização
Quartararo sobre a boa estatística no circuito catalão: “É uma pista que gosto muito, na Moto3, a vitória na Moto2, é uma pista que se ajusta ao meu estilo, gosto muito daqui.”
Zarco sobre Mugello e renovação de contrato. “Eu fiquei feliz com a P4 em Mugello, não pude ir além, mas foi bom renovar o contrato e estar aqui, tenho boas sensações nesta pista, vou tentar seguir Fabio e tenho chance de fazer um bom resultado aqui”.
Miguel Oliveira sobre o pódio na Itália: “Tenho boas sensações aqui e vamos tentar repetir o fim de semana passado”.
Márquez quanto ao retorno parcial de público e seu estado físico: “Sim, vai ser bom ter fãs na pista, é um caminho que devemos seguir. Mugello foi difícil para mim, mas vamos dar um novo passo, continuar nosso processo, os resultados não importam, P8, P10, P12, a recuperação é o que importa.
Martin, de volta ao Campeonato depois do tombo sério em Portugal. Não é a melhor pista para voltar, exige muito preparo, não tenho expectativas, vou buscar me sentir bem com a moto e ver no que dá”.
Gardner sobre a chegada na MotoGP. “É um sonho realizado, há muito anos penso estar na MotoGP, não pensei que fosse conseguir, mas vou seguir concentrado na Moto2 e lutar pelo campeonato. Não me importo com boatos, nada mudou, há muitas corridas pela frente, vou focar nelas”.
Para Zarco e Oliveira, sobre a passagem pela Tech3, que hoje é satélite KTM. Z”A pressão é grande na MotoGP, acho que a equipe está indo muito bem até agora, tudo está mais rápido, e acho que a KTM está construindo uma carreira boa para Remy”.
Oliveira. A Tech 3 foi um bom time para mim, conheço a equipe das outras classes, o desafio de fazer uma nova equipe com a KTM foi grande, mas é bom ver que eles estão indo bem, desejo a melhor sorte para eles”.
Quartararo sobre a moto Yamaha. “Estou muito feliz, ano passado foi difícil ir rápido, não tinha sensação na frente como tive em 2019, em Valência 2019 eu fui muito rápido e no ano passado não tivemos isso. Melhoramos muito este ano e com o dispositivo de partida que pedimos as coisas melhoraram. Eles estão fazendo um grande trabalho, queremos melhorar mais um pouquinho, mas eles estão fazendo um grande trabalho”.
Mir, sobre o momento atual da Suzuki. “Somos os mesmos do ano passado, demorei um pouco pera pegar ritmo, nossa moto é a mesma do ano passado, onde estive melhor na 2ª metade da temporada. Estamos dando os passos certos para fazer isso de novo. Fabio está ótimo, as Ducatis também, nós precisamos ser mas constantes no pódio o ver o que acontece a partir daí”.
Márquez, sobre as limitações físicas no retorno. “Talvez quando você volta, se sente mais ou menos pronto para pilotar a moto, mas é surpreendente o quanto é exigente pilotar uma moto de MotoGP. Em casa por tanto tempo pode te levar a esquecer isso. Você sempre pronto na academia de ginástica, mas na MotoGP são muitas forças, laterais, coisas que não podem ser reproduzidas na academia. Eu posso pilotar uma moto de rua por muitas voltas, mas na MotoGP ainda não consigo dar mais de 5 voltas de maneira agressiva. Em casa você pode esquecer isso, mas temos as melhores motos e os melhores pílotos do mundo, você precisa estar 100% em forma para lutar pelo pódio com eles”.
Martin, vendo a Ducati no pódio de casa. “Não foi frustrante ficar fora, foi o contrário, porque a Ducati está muito bem, não é meu momento de chegar ao pódio, estou aprendendo, mas eles falam comigo que as coisas estão acontecendo, então estou muito feliz com a Ducati”.
Perguntas de motojornalistas.
Joan, Fabio e Miguel sobre contratos longos como o de Marc Márquez:
Fabio.” No momento estou focado no presente, o futuro vai chegar, tenho contrato para o ano que vem, sei disso, mas no momento estou aproveitando e focado no trabalho”.
Mir. “No meu caso estou feliz onde estou, assinei para o ano que vem, quem sabe do futuro, posso assinar por mais dez anos, então tenho margem para avaliar, confio na Suzuki, estou feliz; não sei como vai ser meu futuro mas estou feliz onde estou”.
Oliveira. “Nos contratos é uma questão de quem se movimenta primeiro. Assinei para 2 anos, 21 e 22, no futuro vamos ver”.
Para Remy, sobre experiência na Moto2 e sobre Raul Fernandez está sendo sondado para a MotoGP. “Tenho alguns anos de Moto2, não foi fácil pra mim, talvez não tivesse o equipamento que precisava, que os outros tinham. Quando tive cometi erros, precisava disso para aprender. Sobre Raul, ele é rápido, convivemos na garagem e posso falar sobre isso. Se ele for, poderá fazer um bom trabalho; se ficar, entenderei, porque ele vai adquirir mais experiência”.
Para Jorge sobre o tombo em Portimão e para Mir e Márquez sobre as 20 mil pessoas na arquibancada este fim de semana.
Martin. “O meu tombo foi falta de sorte, estava com pneus novos e em geral eles retiram as etiquetas, mas no meu caso não retiraram, tive um highside (ejetada, quando a moto derrapa para um lado e projeta o piloto para o lado oposto) em uma curva à direita. Acho que tive sorte, fiquei desmemoriado uns15 ou 20 minutos, muito zonzo, quebrei 8 ossos, uma lesão muito grande, espero que no futuro tirem as etiquetas dos pneus”.
Mir. “Ter público é muito bom. Não é o mesmo, porque normalmente temos muito mais pessoas nas arquibancadas, mas é muito bom, um passo em direção a normalidade. Quando você ganha, vai ao pódio ou tem um mal resultado o apoio das pessoas é muito bom e será bom sentir isso aqui”.
Márquez. “Como Joan disse é um bom sinal para o mundo inteiro, boa notícia, o primeiro GP com público, isso está acontecendo no futebol, no tênis, passo a passo. Aqui é mais natural porque a pista é maior do que uma quadra de tênis, e é uma boa sensação ter gente na pista, espero que o número de fãs aumente em breve”.
Para Marc, Fabio e Joan, sobre se a presença de público, interfere na pilotagem.
Fabio “Feliz com as pessoas na pista, mas o procedimento é o mesmo. Nos sentimos bem, mas ano passado também nos sentimos bem com bons desempenho, quando se celebra é muito bom ter fãs”.
Mir. “Na MotoGP é mais próxima a ligação com os fãs, o que não acontece muito na Moto3 e na Moto2. Ano passado quando ganhei o título não tinha ninguém para celebrar, senti falta disso”.
Márquez. “No desempenho não afeta, mas nas celebrações sim, é bom ter fãs, mas o nível é esse e será do mesmo jeito”.
Para Martin sobre como foi ficar fora . “Foi difícil, mal podia andar, assisti tudo, treinos, corridas. Quando voltei a andar de moto tentei correr em Mugello mas os médicos disseram para eu esperar um pouco mais. Não gostei, somos pilotos, queremos estar aqui”.
Para Márquez sobre o retorno. “Desde que voltei foi difícil na pista e na moto, mudei os ajustes para deixar a moto próxima da dos meus colegas ano passado, mas não adiantou nada e voltei para meus ajustes padrão de 2020 em Jerez, foi melhor, mas ainda não entendi. Eu preciso de quilometragem, vou melhorar décimo a décimo. Faz diferença se estou pilotando descansado ou cansado. Antigamente não sentia isso, mas agora sinto diferença de um dia para outro. A moto mudou mas é a mesma, estou procurando meu estilo de pilotar, compensando o braço direito com o esquerdo, é difícil nas curvas para direita, mas tenho que aceitar isso, tenho que aceitar também que os outros são mais rápidos que eu agora e minha meta final é voltar à forma que eu tinha antes.
Para Zarco sobre a trombada de Bastianini em Mugello.
“Não falei com ele depois da corrida, peguei o carro e voltei para casa cedo. Quando saí da ultima curva a caminho do grid todos nós estávamos abrindo o gás e freando forte, para aquecer os freios e os pneus para não cair nas 3 primeiras curvas. Naquele momento acelerei e freei, e aí senti a pancada na traseira. Não vi quem era, mas foi uma surpresa o choque. Dei muita sorte de não ter afetado a moto e eu pude correr. Nós não nos falamos desde então, eu não esperava aquilo, acho que ele também não, não foi nada diferente das outras corridas, todos aceleram e freiam, já uma grande diferença entre quem está freando e quem está acelerando. Procuramos fazer isso em linhas diferentes e acho que esse foi o erro que aconteceu em Mugello”.
Zarco de novo, sobre testes em Montmeló com sua Panigale de rua.
“Testei a nova curva 10 em janeiro, preferi esse novo traçado, mas não acho que vá adiantar para mim, todos vamos nos adaptar rápido. é uma curva que ficou com trajetória a meio termo entre o que era antes e a alteração feita em 2016, acho que todos vão gostar. O motor em V da Panigale é muito potente. O que difere a moto de rua da moto de MotoGP é que é dificil às vezes, porque você não pode frear na MotoGP como freia em uma moto de rua – Panigale V4S . Normalmente a diferença entre uma moto de rua e uma moto de MotoGP é de 4,5 a 5 segundos. Na Moto2 e nas motos de ruas, com as quais tenho boa experiência, você pode girar próximo, mas a frente da MotoGP é muito diferente de uma moto de rua e da Moto2”.
Para Márquez sobre a falta de Crutchlow nos testes
“Sim, ano passado ele estava lá e a moto era difícil, mas uma moto vencedora. Segue sendo uma moto difícil, tem pontos fracos, mas o potencial está lá. Ano passado mantivemos o nível, mas a Honda está trabalhando duro para que todos os pilotos tenham uma moto mais fácil, mas a moto é muito física e isso afeta os tempos de volta. Creio que se você estiver 100% fisicamente, concentrado e confiando na moto, poderá vencer corridas”.
Para Miguel, sobre expectativa e realidade em relação ao título.
“Sim, espero que este GP confirme que estamos em um bom caminho, estamos confiantes de que estamos indo bem. Brad e eu estamos rápidos em todos os GPs e isso nos dá confiança para domingo. Quando começamos a temporada a meta é sempre alta, não estamos aqui para ser P2 ou P3 e os resultados provam que podemos pensar em coisas melhores no futuro e conquistá-las”.
Para Martin, Márquez e Gardner sobre alimentação como parte da preparação.
“Sim, estou preocupado com meu estado físico, cuido de tudo que eu como, desempenho é bom, mas especialmente voltando de lesão temos que manter o foco no preparo físico”.
Márquez. “Sim, como Martin disse nutricionistas são importantes em esportes de ação, são o combustível da sua energia. Para mim é maior a importância ainda, porque estou em reabilitação, tomando muitos antibióticos, isso tira todas as defesas do organismo e tenho que pensar no lado físico, estamos trabalhando para mantê-lo no nível correto”.
Remy. “Como eles disseram ,especialmente em lesões, alimentação é importante, quando quebrei as 2 pernas entre nos antibióticos, me sentia muito cansado sobre a moto e a alimentação se tornou ainda mais importante, então não me descuido. Procuro manter uma dieta saudável, mas de vez em quando vou ao McDonald’s, hehe”.
Para Márquez sobre pedir uma moto menos agressiva para a Honda. “Sim, claro, há muito tempo peço uma moto mais amistosa para todos, sempre dizem que quero o contrário do que pediam Lorenzo, Cal, agora Nakagami e todos os pilotos Honda, com todos aponto a mesma área, o mesmo ponto. Reitero que a moto é física, é crítica, mas pode vencer. Em 2019 levei 20 tombos em treinos, é difícil achar o limite. Às vezes o piloto precisa ajudar a moto e em outras a moto precisa ajudar o piloto, mas no final é você que faz a diferença e encontra o melhor equilíbrio com a moto”.
Para Martin sobre se ele pensa na recuperação de Marc e para Remy se o sobrenome interferiu na carreira e como.
“Todos sabemos o que aconteceu com Marc, sei que ele perdeu muitas corridas, quando pensei em voltar em Mugello lembrei do que ele disse,’ temos muitas corridas e um corpo só’, então pensei bem e aceitei os conselhos médicos”.
“Não acho que tenha tido a trajetória mais convencional para chegar à MotoGP. A Moto3 foi horrível, busquei pontos o ano inteiro, na Moto2 foi ruim também, não tinha o mesmo equipamento dos outros, em 2019 não estava pronto para vencer, cometi muitos erros, mas no fim de 2019 me encontrei, não foi nada fácil essa caminhada, mas cheguei”.
Para Fabio sobre a relação com Jason Dupasquier.
Foi um fim de semana difícil, foi difícil para todos correr para Jason em Mugello, para os fãs, a família, achei que o melhor a fazer era vencer por ele, como um tributo. Foi difícil esquecer, mas o que eu fiz em Mugello foi o melhor a fazer”.
Para Remy sobre referências como pilotos, algum herói.
Não tenho um herói preferido, todos são, no grid há muitos campeões e vou tentar aprender com todos eles, estudá-los na pista, mas Marc e Joan, eles são os campeões.
Para Fabio de Manuel Pecino, sobre o estilo de pilotagem dele
“Sim, tenho melhorado minha velocidade nos últimos anos, especialmente no último trecho da volta. Acho que meu estilo é suave, mesmo nas mudanças de direção, sou agressivo, mas de alguma forma, muito suave e veloz, é o que penso sobre a minha pilotagem,”
E acabou.
Sem perguntas de redes sociais – em respeito a memória de jason Dupasquier, eu presumo.
E a melhor homenagem que se pode prestar ao suíço é fazer o que Fabio Quartararo fez a apenas quatro dias: abaixar a cabeça e acelerar fundo.
Amanhã começa para valer; que os deuses da velocidade os protejam. E a nós também…
Braaaaaaaaaap!
Fausto Macieira