216 dias se passaram desde a última rodada de ação do Mundial de superbike (WorldSBK), mas agora todos estão de volta ao jogo de Aragão
Finalmente chegou o momento pelo qual todos esperávamos: o Campeonato Mundial MOTUL FIM de Superbike de 2021 volta à vida neste fim de semana para a primeira rodada da temporada, no MotorLand Aragon em Alcañiz, Espanha. Pela primeira vez desde 2004, o Campeonato começa na Europa e, com novos nomes, novas motos e renovada formação de equipes, podemos estar entrando em uma das temporadas mais imprevisíveis até agora. Jonathan Rea (Kawasaki Racing Team WorldSBK) pode ser o seis vezes campeão mundial reinante, mas este pode ser o desafio mais difícil para ele até agora.
Jonathan Rea tem um recorde impressionante no MotorLand Aragon. Ele nunca perdeu o pódio desde que entrou para a Kawasaki em 2015, uma corrida de 17 pódios, um recorde por si só. Ele também está mirando na 100ª vitória no WorldSBK, o que faria dele o primeiro piloto de motos em um Campeonato Mundial FIM de Motovelocidade a vencer 100 corridas em uma classe. Ele conquistou três vitórias em Aragão 2020 e pretende começar sua busca por um sétimo título com força. Seu companheiro de equipe é Alex Lowes (Kawasaki Racing Team WorldSBK), que, apesar de uma lesão no teste pré-temporada, está pronto para dar um passo adiante em 2021. Rea e Lowes têm a nova Kawasaki ZX-10RR à sua disposição, que apresenta uma nova carenagem e um motor mais potente.
O ataque para derrubar a Kawasaki vem da Ducati, que tem um esquadrão forte em 2021. O vice-campeão de 2020 Scott Redding (Aruba.it Racing – Ducati) permanece para uma segunda temporada, com a carismática sensação italiana Michael Ruben Rinaldi ao seu lado. Redding levou duas vitórias no ano passado no MotorLand Aragon, enquanto Rinaldi levou a primeira de sua carreira antes de subir em mais dois pódios durante o resto da etapa. Ambos testaram extensivamente na pré-temporada, inclusive em Aragão, e com a Ducati sendo o fabricante de maior sucesso no local em termos de vitórias, isso pode acrescentar uma dinâmica e compleição diferentes ao início de 2021.
O próximo melhor fabricante em 2020 é a Yamaha, com o turco Toprak Razgatlioglu (Pata Yamaha com BRIXX WorldSBK) ficando em quarto lugar no ano passado com três vitórias. Toprak teve dificulades em Aragão 2020, entrando entre os top cinco apenas uma vez em seis corridas nessa pista, um local que tem sido complicado para a Yamaha nos últimos anos. Razgatlioglu terá um novo companheiro de equipe para 2021, Andrea Locatelli (Pata Yamaha com BRIXX WorldSBK), tendo dominado o Mundial de Supersport no ano passado, conquistando 12 vitórias – das quais quatro foram em Aragão. Ele vem se destacando nos testes, enquanto a Yamaha tem uma carenagem dianteira modificada para 2021 e um motor evoluído, assim como as novas pinças de freio dianteiras Brembo. Estas melhorias serão suficientes para iniciar o ano de forma competitiva?
Enquanto Álvaro Bautista (Equipe HRC) e o companheiro de equipe Leon Haslam permanecem com a Honda para 2021 e alcançaram uma contagem de pontos idêntica em 2020, ainda há muitos grandes pontos de discussão na HRC para 2021. O primeiro é a ex-estrela da WorldSBK Leon Camier, o novo gerente de equipe, tendo se aposentado das corridas depois de uma lesão em 2020. A outra grande mudança são os avanços tecnológicos com a moto, tais como um motor atualizado, novo sistema de escape e unidade de assento, sem mencionar um braço oscilante (balança) que havia sido avaliado em testes. Os engenheiros da HRC no Japão investiram muito tempo para tornar a Fireblade CBR1000RR-R SP uma concorrente constante na frente e, sendo Aragão o cenário do primeiro pódio da moto em 2020 e o cenário de muitos testes pré-temporada, poderia ser um começo forte para eles. Afinal, Bautista venceu três corridas nesse local em 2019, quando ele era um novato no Mundial de superbike.
A última das cinco fábricas é a BMW, que saiu lutando em 2021 com a novíssima M 1000 RR, a primeira Superbike derivada de seu departamento M-series. Tom Sykes (equipe BMW Motorrad WorldSBK) inicia uma terceira temporada com o fabricante alemão e a temporada começa onde ele conseguiu a primeira fila para o fabricante em seu retorno em 2019. Sykes tem mais poles do que qualquer outro piloto em Aragão, enquanto o novo companheiro de equipe Michael van der Mark foi um consistente integrante do grupo da frente em 2020 em ambos os finais de semana de Aragão. Ainda se adaptando à nova moto, que agora tem aletas, um novo motor e toda uma série de outros avanços, van der Mark espera começar 2021 de forma sólida.
Agora às estrelas independentes: o indiscutível Rei de Aragão é Chaz Davies (Team GoEleven), que começa com sua nova equipe. Sete vitórias e outros oito pódios, Davies – o maior pontuador entre todos pilotos nas três rodadas finais de 2020 – pode estar na luta este fim de semana. Outra grande ameaça independente vem de Garrett Gerloff (GRT Yamaha WorldSBK Team), que conquistou dois pódios na última etapa de 2020 e tem a Yamaha especificação 2021 para este ano. Com muitos testes, inclusive no MotorLand Aragon, Gerloff deveria estar na frente. Três outros nomes conhecidos de equipes independentes em 2021 são Eugene Laverty (RC Squadra Corse), que estreia com a nova equipe, Leandro Mercado (MIE Racing Honda Team), com o argentino começando um novo desafio e Christophe Ponsson (Alstare Yamaha), que traz o icônico nome Alstare de volta ao WorldSBK.
Há muitos estreantes em equipes independentes em 2021, com Jonas Folger (Bonovo MGM Racing) sendo o mais rápido a entrar na temporada, enquanto o ex-campeão mundial de Moto2™ Tito Rabat (Barni Racing Team) entra no grid vindo de substituto na MotoGP™. O campeão mundial de 2017 Lucas Mahias (Kawasaki Puccetti Racing) e Kohta Nozane (GRT Yamaha WorldSBK Team) trazem seu estilo de pilotagem radical ao WorldSBK para tentar hastear as bandeiras da Alemanha e do Japão. Isaac Viñales (ORELAC Racing VerdNatura) chega à classe máxima, enquanto uma das equipes mais jovens do grid é aTPR Team Pedercini Racing, com o belga Loris Cresson de 22 anos e o italiano Samuele Cavalieri de 23 anos. Finalmente, o piloto mais jovem do grid é Axel Bassani (Motocorsa Racing), que causou uma sólida primeira impressão durante os testes.
Fonte: DORNA/WORLD SUPERBIKE