Carlos Campano confirmou o favoritismo na última etapa do Brasileiro de Motocross 2014 e faturou o título da categoria MX1 (a principal do campeonato), chegando ao seu bicampeonato brasileiro em três anos de carreira no Brasil. O espanhol da Yamaha Grupo Geração Monster Energy ganhou nove das 16 corridas realizadas neste ano e, mesmo sem participar de duas delas por causa de uma fratura no pé, mostrou que é o piloto mais veloz do país.
O triunfo final aconteceu neste domingo, 19, em Toledo, Paraná, em uma pista bastante enlameada. Campano ganhou a primeira bateria do dia de ponta-a-ponta, o que lhe deu uma vantagem de 13 pontos para a segunda corrida da etapa final. Com tranquilidade, o espanhol largou em primeiro, mas correu em ritmo de segurança, deixando que os adversários passassem sem que ele precisasse arriscar para ganhar posições, pois ficaria com o troféu mesmo que terminasse na nona colocação.
“Tinha a vantagem da liderança e pude administrar o resultado depois de ganhar a primeira bateria. Estou muito contente com este título. A equipe está de parabéns pelo trabalho. Acho que evoluímos muito nestes três anos. Conseguimos fazer uma temporada de muito sucesso, mesmo depois que me machuquei. Trabalhamos muito, demos a volta por cima, e vencemos”, diz Carlos Campano.
Com mais esta conquista, a Yamaha Grupo Geração Monster Energy se consolida como o melhor time de 2014, pois ergueu também o troféu de campeã do Arena Cross na categoria principal, colocando na sua estante os dois títulos mais cobiçados do motocross brasileiro.
“Comecei o ano liderando os dois campeonatos, mas me machuquei e achei que não poderia mais brigar pelo título brasileiro. Decidi focar no Arena Cross, que era onde eu tinha mais chances porque tinha perdido menos pontos e poderia chegar na final brigando pelo título. O Brasileiro eu tinha deixado em segundo plano. Mas as coisas começaram a dar certo. Eu comecei a ganhar corridas e meus adversários tiveram problemas. Era muito difícil de isso acontecer. Tinha pelo menos três pilotos, Jetro, Balbi e Jean, na disputa. Precisava que os três cometessem erros, além de ter que ganhar as corridas. Não imaginava chegar na última etapa liderando. Achava que poderia chegar brigando, mas não liderando. Hoje dependia só de mim. Ganhei a primeira bateria e fui para a segunda bem tranquilo. Pensei até em sair mais atrás na segunda, mas quando demos a volta de apresentação, vi que a pista estava bastante molhada, e então preferi fazer uma boa largada para não pegar tanto barro na cara logo na primeira volta”, conta o piloto.
Campano passa alguns dias no Brasil e depois volta para a Espanha, onde fará a recuperação plena do pé direito, fraturado durante o campeonato.
“Quero descansar, rever a esposa e toda família. Quero ficar bem para começar a pré-temporada cedo porque acho que ano que vem será ainda mais duro”, finaliza.
Entre os melhores na MX2
A equipe Yamaha também conquistou duas posições entre os quatro melhores do campeonato na MX2. Thales Vilardi, mesmo sem competir na rodada final por causa de uma lesão no ombro, finalizou o campeonato na terceira colocação, e Anderson Cidade foi o quarto colocado na classificação geral.
“A corrida hoje foi bem difícil, em uma pista bem dura e rápida. Choveu no início das duas baterias da MX2 e isso deixou a pista ainda mais lisa. Larguei mal na primeira bateria, mas consegui me recuperar e terminar em terceiro. Na segunda, larguei melhor, estava em quarto quando caí tentando ganhar a terceira posição. A luva ficou toda enlameada, perdi os óculos, tive que parar no pit pra pegar outros, e quando saí tomei uma pedrada e tive que tirar os óculos outra vez. O campeonato foi bem difícil pra mim, tive uma série de lesões pequenas, não pontuei em duas baterias, mas mesmo assim terminamos com um resultado razoável. Fui segundo no Arena Cross e quarto no Brasileiro de Motocross. Agora é avaliar tudo isso e partir para a MX1 no ano que vem”, comenta Cidade.
A rodada de Toledo marcou ainda a estreia de Renato “Muguinho” Paz na categoria MX2. O piloto de apenas 15 anos fez sua primeira corrida nos profissionais com uma Yamaha YZ 125cc dois-tempos, levando nostalgia aos amantes do esporte que há tempos não viam motos dois-tempos competindo nas categorias profissionais, que foram tomadas pelas quatro-tempos na última década.
“Estou feliz com minha estreia na MX2. É muito diferente estar entre os profissionais, a pressão é maior, a intensidade da corrida é maior. Espero evoluir com a moto e num futuro próximo estar definitivamente na MX2”, diz Muguinho, que terminou as duas baterias na 15ª colocação.
Resultado da oitava etapa
MX1 / soma das baterias
1. Jean Ramos / 2-1
2. Jetro Salazar / 4-2
3. Carlos campano / 1-6 / Yamaha Grupo Geração Monster Energy
4. Balbi Junior / 3-4
5. Adam Chatfield / 5-3
MX2 / soma das baterias
1. Hector Assunção / 1-3
2. Paulo Alberto / 2-2
3. Anderson Amaral / 5-1
4. Gustavo Pessoa / 4-4
5. Anderson Cidade / 3-8 / Yamaha Grupo Geração Monster Energy
Classificação final do campeonato
MX1
1. Carlos Campano – 310 pontos / Yamaha Grupo Geração Monster Energy
2. Jean Ramos – 307 pontos
3. Balbi Junior – 299 pontos
4. Jetro Salazar – 281 pontos
5. Adam Chatfield – 240 pontos
MX2
1. Hector Assunção – 335 pontos
2. Paulo Alberto – 327 pontos
3. Thales Vilardi – 273 pontos / Yamaha Grupo Geração Monster Energy
4. Anderson Cidade – 244 pontos / Yamaha Grupo Geração Monster Energy
5. Gustavo Pessoa – 240 pontos